sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Brasil traz cacau sustentável ao Salão do Chocolate de Paris




O 20° Salão do Chocolate acontece de 29 de outubro a 2 de novembro, em Paris.
REUTERS/Gonzalo Fuentes


Ontem,  quinta-feira (29), no Parque de Exposições de Versalhes, em Paris, o 20° Salão do Chocolate abriu  as portas para receber mais de 500 participantes, dos quais 200 chefs franceses e internacionais, e expositores vindos do mundo todo. O Brasil está presente com produtores de diversos Estados.


O 20°Salão do Chocolate é considerado o evento mais importante de um setor cuja única crise é a perspectiva da futura falta de cacau em 2020, diante da demanda crescente dos consumidores, cerca de 40% no ano passado, principalmente dos países emergentes. E mesmo se este cenário é sinônimo de pagar mais pela delícia, os amantes de chocolate estão dispostos a se sacrificar por este prazer. Para dar uma ideia, em 2013 foram consumidas mais de 4 milhões de toneladas de cacau no mundo, 32% a mais do que há dez anos.

Setenta por cento da produção mundial de cacau vem do Oeste da África: Costa do Marfim, primeiro produtor, Gana, Nigéria e Camarões, além da Indonésia e, é claro, o Brasil. E no Brasil se destaca a Bahia, Espirito Santos, Mato Grosso, Pará e Rondônia.

Patrimônio universal



Vestido de chocolate criado para o Salão de 2013, estará nos desfiles deste ano.



A criadora e diretora do Salão, Sylvie Douce, conta que a programação de 2014 está intensa, com diversas atividades que vão desde ateliês com chefs renomados a concursos e exposições.

E para festejar os 20 anos da feira, o chocolate é homenageado como patrimônio universal: "Foi uma ideia do co-fundador do evento, François Jeantet, que parte do princípio que o chocolate é uma arte maior, é uma matéria, e assim como os fabricantes se superam nas formas, pensamos que seria interessante o chocolate se revelar enquanto escultura.

Um exemplo é o King Kong exposto, do chocolateiro de luxo Jean-Paul Hévin, e também os famosos vestidos de chocolate, modelados em telas.

Serão apresentados cerca de cem modelos criados nos últimos anos e que poderão ser vistos durante os cinco dias do Salão", diz a diretora.

Brasil

O Brasil é o quinto produtor mundial e o sistema Cabruca, utilizado pelos produtores da Bahia, Espírito Santo e Pará, é muito apreciado pelos europeus. O sistema respeita a agricultura tradicional e consiste em plantar o cacau sobre a sombra das árvores; não desmata e alia produção ao respeito pela biodiversidade.

O Brasil é representado todos os anos por um estande que reúne produtores de diversos Estados trazidos pela Associação dos Produtores de Cacau. 
A Bahia está na primeira posição, seguida pelo Pará, Amazônia, Rondônia, Espírito Santo e Mato Grosso.

Leandro Almeida, diretor de operações do fabricante baiano de chocolate premium Mendoá, explica que a empresa também emprega a forma tradicional do sistema Cabruca. A Mendoá participa pela primeira vez do Salão com seu próprio estande: "A expectativa sempre é muito boa porque nós somos, além de produtores de chocolate, produtores de cacau, e isso tem muito a ver com o Salão. Temos toda a cadeia produtiva, do cacau ao chocolate. Então é uma coisa nova para o Brasil, saindo da produção de commodity para a produção de um chocolate fino", diz Leandro.

O empresário lembra que o Brasil já foi o segundo produtor mundial de cacau e hoje tenta competir com os maiores fabricantes do mundo. "Estamos aqui para conhecer o mercado de venda europeu no segmento de chocolate de luxo e entrar em lojas de delicatessen e empórios".

Sucesso

O Salão, como vocês podem imaginar, atrai milhares de pessoas, além dos profissionais envolvidos no setor.

Com novidades em cores e sabores, criações atrtísticas e experiências sensoriais, a feira promete deliciar os 130 mil visitantes esperados neste ano.

O Salão do Chocolate acontece de 29 de outubro a 2 de novembro, no Parque de Exposições de Versalhes, em Paris.


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