quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Na BA, 90% da produção de cacau vem da agricultura familiar, diz governo estadual


Durante o Fórum Estadão - A Importância do Cacau para o Agronegócio, representantes da Bahia e Pará falaram sobre as safras do produto

Na Bahia, 90% da produção cacaueira é proveniente da agricultura familiar, afirmou o secretário estadual de Desenvolvimento Rural, Jerônimo Rodrigues. Ele participa, nesta quinta-feira, 10, do Fórum Estadão - A Importância do Cacau para o Agronegócio, realizado em São Paulo, no auditório do Estadão.

O representante afirmou ainda que a cultura, no passado, enfrentou uma série de dificuldades, como a doença vassoura-de-bruxa - provocada por um fungo - e que, agora, para que haja um crescimento da produção, é necessário que os produtores invistam em tecnologia.

"É possível que tenhamos mais desafios com implementação de programas de assistência técnica, de financiamento", disse. Ele afirmou que o governo estadual anunciou recentemente a entrada de recursos para a melhoria da qualidade da produção local e que isso deve elevar a oferta no Estado.




A produção do Pará deve atingir 115 mil t da amêndoa em 2016

Pará. Com a safra encerrada em outubro, a produção de cacau no estado paraense deve atingir 115 mil toneladas, afirmou há pouco o secretário da Agricultura do Pará, Hildegardo Nunes. "A nossa produtividade já está acima de 900 quilos por hectare", afirmou. A indústria reluta em reconhecer os dados da produção, porque tem interesse na importação, inclusive no regime de draw back (importação para posterior exportação com maior valor agregado)", disse ele ao Broadcast Agro, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Segundo ele, se não fossem os problemas climáticos recentes da Bahia, o País estaria hoje autossuficiente. A perspectiva dele para a safra 2017 do Pará é entre 120 mil e 125 mil toneladas.

Para  Nunes, o cacau é uma cultura estratégica para o desenvolvimento da economia do Brasil. "Precisa tirar da literatura e colocar na prática. Ele perdeu importância significativa no cenário econômico do País e isso precisa ser retomado", disse. No Pará, a produção cacaueira faz parte do "Plano Pará 2030". A estratégia reúne 14 cadeias produtivas que têm a meta de elevar o Produto Interno Bruto (PIB) per capita do Estado à média da renda brasileira até 2030. Atualmente, a renda per capita no Pará está na metade da renda média do País, segundo Nunes.

Segundo o secretário, a oferta de cacau no Estado está crescendo entre 10% e 11% ao ano desde 2011, quando a safra do Estado foi de 60 mil toneladas. "Até 2023, podemos atingir 240 mil t de amêndoa seca", disse. Ele aposta no potencial do Brasil como um exportador de cacau, mas ressaltou que é necessário haver igualdade de produção entre os países, citando as condições trabalhistas dos países africanos, sem entrar, porém, em detalhes. Ele abordou ainda os trabalhos de integração lavoura-pecuária e floresta (ILPF). "Serviços ambientais prestados dentro da cultura do cacau podem elevar a rentabilidade da cultura", disse.



sábado, 5 de novembro de 2016

EMPRESAS CRIAM SELO PARA O CHOCOLATE DE ORIGEM PRODUZIDO NO SUL DA BAHIA




Produtores decidiram criar selo para atestar qualidade do chocolate.




Gerson Marques diz que selo não busca padronizar, mas atestar qualidade e origem.Dez empresas decidiram criar um selo de qualidade para o chocolate de origem produzido no sul da Bahia. Tree to bar (da árvore à barra) Sul Bahia identificará o chocolate produzido na região da Mata Atlântica sul-baiana.
“Assim, vamos proteger os chocolates de origem regional que se enquadrarem nos parâmetros e conformidades a serem definidos”, diz Gerson Marques, presidente da Associação dos Produtores de Chocolate de Origem do Sul da Bahia e produtor do chocolate Yrerê.
Um grupo de trabalho foi criado para definir os critérios e regulamentos do selo. Do grupo, participam técnicos, produtores e pesquisadores com alto grau de conhecimento em chocolates de origem. A primeira versão do regulamento para concessão do selo, informa, está prevista para fevereiro do próximo ano.
A homologação do selo deverá ocorrer até meados de 2017. “A ideia não é padronizar, mas sim definir os parâmetros que sirvam de marco referencial para os produtores de chocolates autênticos do sul da Bahia”.
AUTENTICIDADE DO CHOCOLATE DE ORIGEM
Gerson acrescenta que esta referência também servirá para o mercado consumidor, que poderá identificar a autenticidade de um bom chocolate de origem Sul Bahia pelo selo que estará estampado nas embalagens.
O selo será concedido ao avaliar desde critérios reguladores para produção do cacau, tratos culturais na lavoura, práticas na pós-colheita, métodos de fermentação e secagem e armazenagem. Também serão considerados protocolos, processos e técnicas de fabricação, e definições sobre quantidades e parâmetros para uso de ingredientes.
PRODUTO ÚNICO
José Brandt Filho, fabricante do chocolate República do Cacau e diretor financeiro da Associação dos Produtores, definiu como um grande avanço a ideia de proteger a qualidade e os valores do terroir do sul da Bahia presente em nossos chocolates. “Fazemos um chocolate único no mundo. Por isso, este produto tem que ser protegido”, diz.
Fabricante do Amado Cacau e diretora de relações institucionais da Associação, Cecília Gomes da Costa expôs seus produtos na Feira Gastronômica Internacional – Sirah 2016, no Rio de Janeiro.
Segundo Cecília, o chocolate sul-baiano está conquistando reconhecimento e mercados nacional e internacional. “Só é possível fazer este tipo de chocolate com nosso cacau e nossas práticas de produção. Não podemos correr risco de perder mercado por conta de aventureiros que usem atributos regionais e nosso nome e não entregam produtos de qualidade”.
A decisão de criar o selo Tree to bar ocorreu durante reunião da associação, na Pousada La Dolce Vita, em Ilhéus, com as presenças dos chocolateiros Francisco Correia do Chocolate da Coroa Azul, Pedro e Maria Ângela Magalhães do Chocolates VAR, Raimundo Mororó do Mendoá Chocolates, Fernando e Patrícia Botelho do Modaka Cacau, Rogério Kamei do Chocolate Mestiço, Greice Costa do Chocolate Amado Cacau, Edgar Morbeck do Chocolate Morbeck, Idelbrando Fernandes, Anuri\ Planeta Cacau e Cristiano Santana da Associação dos Produtores de Cacau do Sul da Bahia foram as demais empresas e instituições presentes no evento. A oficina foi orientada pelo consultor Luiz Eduardo G. Gonçalves da Avançar Consultoria, contratado pelo Instituto Arapyau e Funbio que em parceria com o Sebrae apoiaram o evento. As empresas fabricantes de chocolates CostaNegro, Chor, Maltez, Cantagalo, Benjamin e Jupará, também sócios da APCSB, não puderam participar.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Lucro da Barry Callebaut cai 8,7% no ano fiscal 2015/16


Zurique, 03 - A fabricante suíça de chocolate Barry Callebaut informou na quarta-feira, 2, que seu lucro líquido no ano fiscal 2015/16, encerrado em agosto, totalizou 219 milhões de francos suíços (US$ 222,4 milhões), uma queda de 8,7% ante o ano anterior. O volume de vendas aumentou 5,5% no período, mas o crescimento foi irregular nas divisões da companhia. Na divisão global de cacau, as vendas diminuíram 12% no ano fiscal. A companhia disse que enfrentou dificuldades por causa do ambiente desafiador para produtos de cacau e da baixa relação entre os preços de produtos como manteiga e pó de cacau e o custo das amêndoas. Essa relação foi pressionada por preços mais altos de cacau após uma safra reduzida na África Ocidental e pela fraca demanda e excesso de oferta de derivados da amêndoa, disse a Barry Callebaut. 
O volume de vendas aumentou nas divisões regionais, impulsionado por linhas de produtos gourmet e pelo crescimento na China e na Índia em particular. As vendas aumentaram 10,8% na região Ásia-Pacífico, 8,8% nas Américas e 6,6% na Europa, Oriente Médio e África. A fabricante de chocolate disse ainda que o presidente do conselho de administração, Andreas Jacobs, vai deixar neste ano o cargo que ocupa desde 2005. O vice-presidente, Patrick de Maeseneire, deve substituí-lo. 
Fonte: Dow Jones Newswires/ Estadao Conteudo

sábado, 13 de agosto de 2016

CEPLAC realizou o 9º Seminário de Iniciação Científica do Cepec



Com o tema “O Despertar do Pensamento Científico”, a CEPLAC/Mapa realizou durante os dias 9 e 10 de agosto, no seu Centro de Treinamento o 9º Seminário de Iniciação Científica do Centro de Pesquisa e Assistência Técnica e Extensão Rural do Cacau – CEPEC, sob a coordenação do pesquisador Paulo Cesar Lima Marrocos.





Durante o evento, a CEPLAC/Mapa realizou as avaliações dos resultados dos trabalhos Científicos apresentados pelos estudantes que participam do Programa de Bolsa de Iniciação Científica (PBIC), concedidas pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia – FAPESB e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico-CNPq.

Foram apresentados 35 trabalhos científicos realizados no CEPEC durante um ano e em regime de estágio, com o apoio da CEPLAC e a orientação de pesquisadores da Instituição. Os estudantes são oriundos dos seguintes estabelecimentos de ensino: Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC, Faculdade de Tecnologia e Ciência – FTC, Faculdade de Ilhéus e da Universidade Federal do Sul da Bahia-UFSB.





O pesquisador da CEPLAC/Mapa, Paulo Cesar Lima Marrocos e Coordenador do PBIC, ressaltou a importância dessa atividade para os agentes envolvidos: “Os alunos são beneficiados com a nossa contribuição para o seu processo de formação profissional no campo da pesquisa, como também eles dão retorno a Instituição com os seus trabalhos desenvolvidos”.

Marrocos informou que esse grupo está chegando ao seu final e uma nova turma já começa a ser preparada. “Ao final do Seminário, como parte integrante da Programação, já nos reunimos com os novos bolsistas selecionados por intermédio de edital realizado nos meses de março e abril desse primeiro semestre”.



Durante o Seminário o Coordenador de Pesquisas da CEPLAC/Mapa, José Marques Pereira, enfatizou a importância do Programa na formação de futuros pesquisadores. “Na CEPLAC eles são treinados em Metodologia de Pesquisa com temas de interesse para a região e que integram o portfólio de pesquisa do CEPEC e ao mesmo tempo eles fornecem as informações dos trabalhos realizados que respaldarão futuras pesquisas que podem ser aplicadas na cacauicultura e outras culturas assistidas por nós”.

Ele observou também ao longo desses anos que a boa qualidade dos trabalhos apresentados refletem a evolução dos estudantes. “A cada ano tem melhorado bastante e um bom resultado apresentado ao final já o credencia para fazer um mestrado, um doutorado e futuramente ser um bom pesquisador e um bom cientista. Por tudo isso, esse Programa tem o total apoio da CEPLAC”, assegurou José Marques.





Um dos trabalhos apresentados foi o da estudante do 7º Semestre de Medicina Veterinária da UESC, Raquel Niella, sobre a “Avaliação de leveduras da filosfera do cacaueiro com potencial de atividade killer contra Moniliophthora perniciosa”.

Ela explicou que inicialmente seu experimento tinha a finalidade principal de procurar mais maneiras de melhorar o controle biológico da vassoura de bruxa. “Avaliamos o potencial das leveduras testadas e o potencial migratório de algumas delas e foram resultados significativos para a pesquisa e o controle da vassoura-de-bruxa porque representaram maneiras que podem contribuir para novas formas e novos produtos biológicos na tentativa de tentar combater essa doença que hoje em dia é muito comum e complica muito o cacau”.





Ela agradeceu a CEPLAC e os parceiros envolvidos no Programa, além dos pesquisadores que orientaram seu projeto. “Esse trabalho cientifico é uma importante contribuição para o nosso conhecimento e nossa carreira acadêmica. Uma oportunidade de desenvolver pesquisas para futuramente fazer um mestrado”.

Superintendência da CEPLAC para BA e ES
Jornalista: José Carlos Peixoto
Fotos: Águido Ferreira
Assessoria de Comunicação da Ceplac

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Adonias de Castro na Superintendência da Ceplac


O engenheiro agrônomo Adonias de Castro, Chefe de Pesquisa e Extensão Rural da Ceplac, está exercendo interinamente o cargo de Superintendente Regional com a recente saída de Alexandre Brandão, que esteve à frente da SUEBA até 8/08/16.







Adonias já está em pleno exercício do cargo e afirmou que manterá todos os compromissos da instituição assumidos na gestão do seu antecessor e que dará prioridade às ações da superintendência que visem à maior aproximação com as entidades representativas dos produtores e da sociedade. Segundo Adonias, “a Ceplac tem muito a oferecer às regiões produtoras de cacau, tem a capacidade de agregar suporte técnico às entidades que defendem os pleitos dos produtores, além de disponibilizar tecnologia avançada de produção sustentável de cacau e chocolate. Produtores e Ceplac devem trabalhar em estreita cooperação – completa Adonias – para maior benefício de todos e isto nós vamos buscar com determinação”.

domingo, 7 de agosto de 2016

Safra de cacau tem quebra de 40%, com a menor produção da última década




A baixa oferta de cacau no mercado doméstico brasileiro impulsiona os prêmios e incentiva as importações

A baixa oferta de cacau no mercado doméstico brasileiro impulsiona os prêmios e incentiva as importações para suprir a demanda das esmagadoras locais. Isso porque, em 2015/2016, a produção brasileira deve registrar uma quebra de mais de 40% em comparação com a safra anterior, resultando na menor produção em 10 anos, de acordo com estimativa da consultoria INTL FCStone.


“A quebra de safra no sul da Bahia coloca o Brasil novamente em um cenário de déficit no balanço de oferta e demanda de cacau, após ter experimentado um leve superávit em 2014/2015, o que não ocorria desde 1996/1997”, explica o analista de mercado da INTL FCStone, Fábio Rezende.

Com a demanda para moagem de cacau devendo se manter estável, o déficit do balanço de oferta e demanda também deve ser o maior nos últimos 10 anos, e o segundo maior da história, chegando próximo de 100 mil toneladas. O prêmio do cacau em Ilhéus (BA), isto é, o diferencial entre o preço praticado na cidade brasileira com o da bolsa de Nova York (ICE), já reflete a súbita mudança no balanço de oferta e demanda. “Na média de julho, Ilhéus pagou um prêmio de USD 268 por tonelada, contra um deságio de USD 623 por tonelada no mesmo mês do ano anterior”, diz Rezende.

Importações

As importações, que são mais comuns no primeiro trimestre do ano, quando a colheita no Brasil é menor, continuam a ocorrer para suprir a demanda das esmagadoras, que mantém a operação no mesmo ritmo que no ano passado, apesar da redução da demanda doméstica. Segundo a INTL, no segundo trimestre, cerca de 68% do subproduto de cacau foi consumido domesticamente, contra 73% no mesmo período de 2015.

O destaque é que, em 2015, os prêmios reagiram de maneira bastante negativa ao saldo positivo no balanço, alcançando um deságio máximo de USD 743 por tonelada em setembro. O substancial descolamento com os preços de Nova York ocorreu pelo fato de o Brasil não contar com uma estrutura para exportação de grandes volumes de cacau, dado que isso não ocorria desde 1997. Naquele ano, registrou-se somente a exportação de uma grande carga de cacau, em novembro. No final de junho, a consultoria INTL FCStone havia estimado os estoques brasileiros de cacau em amêndoas em 49,7 mil toneladas, contra 82 mil no ano anterior.


sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Definida a programação do Dia Internacional do Cacau


Palestras e as tradicionais premiações de Cacauicultor do Ano e Produtor Familiar, além de Produtor de Chocolate e Jovem Empreendedor Rural, são os destaques da programação do Dia Internacional do Cacau, que será realizado no dia 04 de setembro próximo pela CEPLAC/Mapa – Superintendência da BA e ES.

O evento que este ano será comemorado excepcionalmente no 1º domingo de setembro, em decorrência da seca que assolou o Sul da Bahia, terá como tema: “CEPLAC: Do Cacau ao Chocolate”.

Essa data comemorativa foi criada em Turrialba, Costa Rica, em 1958, por sugestão do cientista americano Robert Fowler, durante uma Conferência Internacional do Cacau, que reuniu especialistas de todo o mundo.




O lançamento da Programação à imprensa regional aconteceu na última quarta-feira, 3, no auditório do setor de Relações Públicas, localizado na sede regional da instituição (km-22 da Rodovia Ilhéus/Itabuna), em um encontro dos dirigentes da CEPLAC com os profissionais de comunicação e parceiros num Chocolate Matinal.

Na oportunidade, após a exibição de um vídeo institucional, os dirigentes Carlos Alexandre (Superintendente para BA e ES), Adonias de Castro (Chefe do Centro de Pesquisas e Extensão Rural do Cacau) e Antonio Zugaib (Chefe de Planejamento da Superintendência), repassaram os detalhes sobre a programação.

Sobre o Dia Internacional do Cacau, Carlos Alexandre, ressaltou que “o evento é um importante canal de comunicação com a sociedade e uma oportunidade de compartilhar e debater com os produtores as políticas públicas e as novas tecnologias para a cacauicultura”.





Segundo Adonias Castro, os temas que serão abordados durante o evento são muito oportunos e quando se pensa do Cacau ao Chocolate “nós analisamos que nessa cadeia alimentar existe um potencial de renda que o produtor de cacau ainda não se beneficia. Precisamos prepará-lo para que ele chegue até a ponta do mercado aumentando substancialmente a renda de um negócio que nasce na sua propriedade”.






Ao recepcionar os profissionais de comunicação, Antonio Zugaib explicou a opção pelo tema central - “CEPLAC: Do Cacau ao Chocolate” e agradeceu aos parceiros que estão apoiando o evento: MARS – Centro de Ciência do Cacau, Cargill, COOPEC, Instituto Arapyaú, Olam Cocoa (antiga JOANES), COOFASULBA (Cooperativa da Agricultura Familiar), Gráfica Mesquita, Casa do MDF, M 21, Casa do Japonês, Mercado do Cacau, SEBRAE, Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura - Estado da Bahia.

O chefe de Planejamento da Superintendência concluiu, abordando sobre as palestras da programação e informando que nesse ano os temas foram escolhidos baseados nos objetivos estratégicos contidos no Plano de gestão da Ceplac.

Palestras programadas: 1º - “Tendências e Inovações no Processamento de Chocolate” - (Arali Cunha de Aguiar Pedroso); 2º - “Sustentabilidade na MARS – Projeto Barro Preto/Conservação Produtiva” - (Leonardo Celso Costa Cabral); 3º - “O Parque Científico e Tecnológico do Sul da Bahia e seu papel no Desenvolvimento Regional” - (Cristiano Villela Dias).





Durante o lançamento da programação tivemos ainda a participação do chefe dos Serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural, João Henrique, que explicou os critérios das premiações de Cacauicultor do Ano e Produtor Familiar e também dos destaques de Produtor de Chocolate e Jovem Empreendedor Rural.





Superintendência da CEPLAC para BA e ES

Jornalista: José Carlos Peixoto

Fotos: Águido Ferreira

Reportagens: José HamiltonAssessoria de Comunicação da Ceplac

domingo, 31 de julho de 2016

Apoio à modernização do cultivo de cacau


Produção de cacau em Gandu, na Bahia: segundo produtores, prêmio pela amêndoa certificada chega a cerca de 5%

O calor da lenha para secar as amêndoas de cacau já é história para Almir Rodrigues. Há três anos, o produtor baiano de Ibirataia aposentou sua tradicional secadora a lenha e investiu em uma estrutura ainda pouco conhecida pelos agricultores que se dedicam à lavoura do cacau: a estufa solar. E só essa mudança já foi suficiente para que Rodrigues conseguisse vender suas amêndoas a preços acima do mercado na Bahia.

A aposta foi feita quando a Nestlé deu início no país ao Cocoa Plan, um programa de incentivo a boas práticas na agricultura que começa a ganhar força. Além de oferecer assistência técnica a produtores que são – ou podem vir a ser – fornecedores, a companhia também paga um prêmio em torno de 5%, segundo produtores, pelas amêndoas que não foram contaminadas com fumaça, problema recorrente para quem seca o cacau nas fornalhas a lenha.

Ainda que a iniciativa de assistência técnica esteja separada da área comercial da multinacional suíça, o incentivo financeiro foi uma forma encontrada para evitar que o cacau recebido tenha rastros da contaminação, que prejudica a qualidade do chocolate.

Foi também esse prêmio aos agricultores locais que possibilitou à Nestlé prescindir neste ano de importações para garantir o abastecimento de amêndoas utilizadas na produção de seus chocolates no Brasil. No ano passado, a companhia trouxe de outros países 15% do cacau utilizado em sua produção. Dos cacauicultores brasileiros, comprou 7,5 mil toneladas de amêndoas, volume que deverá aumentar para 10 mil toneladas em 2016, 13 mil em 2017 e 16 mil em 2018.

A autossuficiência no país, alcançada mesmo em meio aos problemas para a produção do Nordeste provocados pela seca – uma das piores crises da cacauicultura nacional desde o ataque da vassoura-de-bruxa, na década de 1990 -, não é apenas um fim para a empresa. É um meio. Afinal, sua proximidade com as áreas de cultivo permite uma análise mais frequente e rigorosa da qualidade das amêndoas que estão sendo entregues.

"Foi um processo gradual. Vimos que a produção dessas regiões poderia dar conta", afirma Guilherme Junqueira, gerente da área de cacau da companhia. Há, obviamente, uma vantagem comercial na compra da amêndoa do Brasil. "O cacau nacional é mais barato, mas de melhor qualidade. Quando o cacau vem de fora, não sei quem foi o produtor ou como foi o cultivo", diz ele, que é engenheiro agrônomo.

Estufas solares e fermentação ajudam os cacauicultores a garantir uma amêndoa de melhor qualidade

A Cooperativa Agrícola Gandu (Coopag), um dos principais fornecedores da Nestlé na Bahia, recebeu, no ano passado, 1,9 tonelada de amêndoas de seus cerca de 600 associados que cultivam cacau. Metade desse volume foi secado em estufas solares, e a expectativa é que essa parcela aumente neste ano, conforme Ana Paula Sousa, que preside a cooperativa. "Hoje são poucos os que misturam [cacau com e sem fumaça]. Quando começou a ter preço diferenciado, melhorou", afirma.

Além da garantia da qualidade do produto, a estufa solar também reduziu o tempo que Almir Rodrigues e sua esposa gastam remexendo as amêndoas para areá-las, trabalho que pode ser feito duas vezes ao dia. "Quando a gente usava o secador de lenha, tinha que mexer de hora em hora", lembra o agricultor, que na época gastou R$ 8,5 mil com a estufa. Atualmente, os produtores pagam de R$ 12 mil a R$ 20 mil pelo equipamento.

O controle da qualidade do cacau pela Nestlé vem sendo azeitado pela relação mais direta entre a companhia e os produtores, com menor dependência de intermediários. Embora tenham uma ampla capilaridade em diversos rincões produtores, esses agentes acabam elevando os custos da cadeia e, não raro, misturam amêndoas de tipos diferentes, o que afeta a qualidade do chocolate.

"Nosso objetivo é eliminar o atravessador e ir direto para a indústria", diz a presidente da Coopag. Segundo Ana Paula, é comum que o intermediário pague abaixo do preço de mercado. A cooperativa já reduziu o volume que vende a intermediários de 80% para 40% do que negocia. A relação próxima com a Nestlé não implica exclusividade, mas a multinacional acaba sendo o destino prioritário das melhores amêndoas dos cooperados, devido ao prêmio oferecido.

Também tem sido importante para a Nestlé intensificar suas compras diretamente dos produtores. Se em 2012 a companhia adquiria 90% de suas amêndoas de comerciantes, agora apenas um terço da oferta vem de intermediários.







Outro processo importante para garantir uma boa qualidade da amêndoa é a fermentação, etapa anterior à secagem. Embora a Nestlé aceite cargas não fermentadas, os técnicos da companhia recomendam que os produtores montem coxos de madeira onde as amêndoas, ainda com a polpa, descansam por cerca de seis dias.

A gestão dessa etapa é feito em uma área experimental da Fazenda Ladeira Grande, uma das nove da M. Libânio Agrícola. Eimar Sampaio, diretor-geral da companhia, segura um termômetro para acompanhar a fermentação e decidir quando remexer as amêndoas e retirá-las dos coxos, que também ficam em estufas. "Essa estrutura ajuda a compensar a amplitude térmica do ambiente".

O controle do pós-colheita na M. Libânio, que também inclui uma seleção mecanizada das amêndoas, foi uma das características que a levou a receber duas certificações, a Rainforest Alliance e a UTZ. As certificações deixam as portas abertas para a M. Libânio fornecer matéria-prima ao mercado de chocolate gourmet na Europa. Atualmente, mais da metade do cacau produzido pela companhia é cacau fino, um tipo de amêndoa exclusiva para a produção de chocolate gourmet.

Além das exigências agronômicas, as certificadoras checam se os produtores estão cumprindo a legislação e as normas trabalhistas e ambientais. "A exigência para a certificação não é nada mais do que cumprir a legislação. Mas a maioria dos produtores ignora por falta de conhecimento", ressalta Sampaio.

Ainda não são todos os fornecedores de cacau da Nestlé que possuem certificação, mas o objetivo da multinacional é disseminar o selo UTZ através do Cocoa Plan. Esse esforço já fez com que, desde fevereiro passado, toda a amêndoa a ser utilizada este ano na produção dos chocolates da marca KitKat fossem certificados com o carimbo UTZ.

Uma das origens desse cacau certificado foi a Fazenda Boa Sentença, em Itabuna, que abriga 217 hectares com cacau cabruca, técnica de cultivo em meio a árvores nativas. Na fazenda, os cacaueiros são entremeados por espécies como o pau-brasil e o jacarandá. A propriedade é uma das 15 da Agrícola Cantagalo, da família de Ângelo Calmon de Sá.

A fazenda, que na temporada 2015/16 colheu aproximadamente 1,6 mil toneladas, conseguiu no fim do ano passado a certificação UTZ para atender às novas regras de produção do chocolate KitKat. A perspectiva é que o apoio técnico da Nestlé comece a dar mais resultados a partir da próxima safra. De acordo com Claudia Sá, gerente da Cantagalo, "é uma relação que não se limita à compra".

Fonte: Valor | Por Camila Souza Ramos | De Ibirataia, Gandu e Itabuna (BA) A jornalista viajou a convite da Nestlé

A polêmica moda de cheirar chocolate, que ganha adeptos na Europa


Sugerido por especialista, uso do pó de cacau vem se popularizando em festas alternativas, em meio a preocupações sobre possíveis efeitos tóxicos.


Morder um chocolate é capaz de levantar o ânimo de muita gente. Uma nova moda na Europa, no entanto, subverte essa ideia: alguns estão optando por aspirar o alimento em vez de devorá-lo.

O pó de cacau se transformou em uma alternativa que muitos dizem ser "saudável" para quem deseja ir para a balada sem tomar drogas. O uso vem aumentando em eventos alternativos europeus, em meio a preocupações sobre possíveis efeitos tóxicos.

Origem
A moda nasceu de uma ideia de um dos principais chocolatiers do mundo, o belga Dominique Persoone. Em 2007, ele criou um dispositivo para cheirar chocolate em pó, da mesma forma que drogas como cocaína são aspiradas.

A empresa de Persoone, a Chocolate Line, afirma já ter vendido 25 mil unidades do dispositivo. Cada "máquina de cheirar chocolate" vem com uma mistura para o consumidor aspirar. Persoone afirma que só conseguiu chegar à mistura certa após várias tentativas.
Dominique Persoone inventou um dispositivo para cheirar o cacau em uma mistura  (Foto: The Chocolate Line/Divulgação)

O chocolatier começou provando o cacau puro, mas percebeu que não era suficientemente forte. Então misturou o pó de cacau com pimenta malagueta, mas a mistura era dolorosa demais para se aspirar.

Finalmente ele conseguiu chegar ao que considerou a "mistura ideal": pó de cacau com hortelã e gengibre, colocado em um dispositivo com uma espécie de "lançador" em formato de colher que, acionado, dispara o pó para a narina.

"O hortelã e o gengibre ativam seu nariz. Daí o sabor deles diminui e o chocolate fica no cérebro", costuma dizer Persoone.

Euforia e efeitos colaterais
O cacau provoca uma injeção de endorfinas no sistema circulatório, o que pode resultar em euforia. Também tem doses altas de magnésio, o que relaxa os músculos, e de flavonoides, que melhoram a circulação e a função cognitiva, segundo estudo publicado pela Revista Americana de Nutrição Clínica.

Outro estudo, de abril de 2016, sugere que o chocolate amargo melhora o rendimento durante o exercício por deixar as pessoas mais rápidas e eficazes na realização de uma tarefa física.

No entanto, fica a dúvida: é perigoso aspirar o cacau? A pergunta ainda é difícil de ser respondida, já que não há registros de risco ou vício em pó de cacau. "Os efeitos de cheirar chocolate não foram estudados", disse Andrés Herane, médico psiquiatra que pesquisa depressão e estresse no King's College de Londres.

Mas isso não quer dizer que o pó de cacau seja totalmente inofensivo. "O chocolate tem muitas propriedades que o transformam em uma substância viciante e, obviamente, tem um efeito no cérebro", acrescentou Herane.

O médico afirma que há pesquisadores, inclusive ele, que acreditam que o chocolate deveria ser classificado como droga. "Há um efeito de busca compulsiva que implica que quem o consome precisa aumentar cada vez mais a dose para sentir o mesmo efeito de prazer."

E cheirar o chocolate tem um efeito muito mais imediato que comer. "Vai dos pulmões diretamente ao sangue, que o leva para o cérebro. É um efeito 'peak' (de auge) mais alto, mas com uma duração menor. Por isso, os que cheiram substâncias precisam fazer isso várias vezes em um período relativamente curto e têm maior risco de vício, porque a vida média (da substância no corpo) é mais curta", afirmou.

E isso sem levar em conta que o chocolate foi criado para ser comido, e não para ser aspirado. "Cheirar chocolate em pó não é seguro, porque (se trata de) uma substância estranha e tóxica no nariz", afirmou Jordan Josephson, otorrinolaringologista do Hospital Lenox Hill, de Nova York, consultado pela revista Science.

Festa
A tendência de cheirar chocolate começou a aparecer em algumas festas alternativas da Alemanha e do norte da Europa. Uma das mais famosas é a Lucid, no clube Alchemy Eros, de Berlim. Os frequentadores da festa, que acontece um domingo por mês, dançam até o dia seguinte com apenas um estimulante: o cacau.

"Não servimos bebidas alcoólicas, mas isso não significa que somos 'anti' tudo. Servimos vários remédios estimulantes, como o cacau puro", afirmam os organizadores no site da festa. A BBC entrou em contato Ruby May, principal organizadora da festa. E ela afirmou que não irá mais falar sobre o assunto.

May explicou que, depois de dar uma série de entrevistas, "fomos tão distorcidos que decidimos não dar mais nenhuma declaração". Há informações de que a tendência já tenha atravessado o oceano Atlântico até os Estados Unidos.

Bárbara Carreño, porta-voz do órgão de combate às drogas dos Estados Unidos, a DEA, disse que não pode interferir no uso de "substâncias não controladas (pela Lei de Controle de Drogas)", como é o caso do cacau.

Cacau são tomense promove sucesso de chocolates Corallo



SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

Os chocolates Claudio Corallo, nome do proprietário, italiano de 64 anos, têm ganho reputação internacional e o segredo está quer na qualidade do cacau de São Tomé e Príncipe quer do modo de colheita e tratamento, revelou o próprio à Africa News.

«O segredo do nosso sucesso começa na qualidade do cacau e passa pela forma como o colhemos os grãos e um processo único de fermentação que resulta de anos de experimentação e apuro», começou por revelar.

Claudio Corallo garante que, «ao contrário das grandes marcas de chocolate, que descascam os graus de cacau de forma mecânica, nós descascamos cada grão de cacau à mão. O que será único no mundo. Com isso, não só garantimos emprego como respeitamos as melhores práticas ambientais», congratulou-se Claudio Corallo.

«A nossa produção, comparada com muitas outras, é pequena. Mas, em compensação, não comprometemos nada no nosso produto e mantemos os mais altos padrões de qualidade. As nossas embalagens são propositadamente simples e minimalistas porque o queremos realçar é a qualidade do nosso chocolate», concluiu.

Claudio Corallo formou-se em agronomia e emigrou para a República Democrática do Congo com apenas 23 anos, tendo trabalhado para o governo na área da pesquisa agronómica. Poucos anos depois, investiu na plantação de café e produz 800 toneladas de café anualmente.

Em 1998, devido ao conflito armado, comprou uma plantação de Cacau em São Tomé e passou a produzir chocolate.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Multinacionais exploram crianças na cadeia produtiva do chocolate

por Andreia Landa Pandim





Por incrível que pareça o chocolate é amargo para muitas crianças, hoje em dia muitas crianças ainda são tratadas como escravas e forçadas a trabalhar em condições precárias, na produção do cacau, a principal matéria prima do chocolate. São milhares de crianças exploradas por empresas internacionais que produzem o desejado chocolate sem que seus consumidores se deem conta. Um processo já tramita na Justiça e nele 7 empresas, entre elas empresa como Nestlé, Hershey e Mars, figuram como acusadas.

As ações judiciais contra as empresas foram impetradas pela Hagens Berman Sobol Shapiro, sustentando que as gigantes do chocolate tendem a fechar os olhos para as violações dos direitos humanos por parte dos fornecedores de cacau na África Ocidental.

Hoje, 60% do cacau do mundo vem da África Ocidental. E a maior parte da colheita dos grãos vem da Costa do Marfim, e de acordo com um estudo realizado pela Universidade de Tulane, mencionado na denúncia, para as grandes empresas do chocolate, no pais mais de 4.000 crianças estão em condições de trabalho forçado para a produção de cacau. Algumas crianças são vendidas para traficantes pelos seus pais desesperados por causa da pobreza, enquanto outras são sequestradas.



As crianças são forçadas a viver em lugares isolados, são ameaçadas com espancamentos, ficam presas inclusive durante a noite para que não fujam e são forçadas a trabalhar por longas horas, mesmo quando estão doentes, de acordo com as denúncias apresentadas às empresas.

Em 2001, a FDA queria aprovar uma legislação para a aplicação do selo “slave free” (sem trabalho escravo) nos rótulos das embalagens. Antes da legislação ser votada, a indústria do chocolate – incluindo a Nestlé, a Hershey e a Mars – usou o seu dinheiro para a parar, prometendo acabar com o trabalho escravo infantil das suas empresas até 2005. Este prazo tem sido repetidamente adiado, sendo de momento a meta até 2020.

A US Uncut também publicou uma lista das empresas de chocolate que decidiram evitar a exploração do trabalho infantil.
As 7 marcas de chocolate que utilizam cacau proveniente de trabalho escravo infantil são:

Hershey
Mars
Nestlé
ADM Cocoa
Godiva
Fowler’s Chocolate
Kraft


Documentário evidencia a exploração

O jornalista dinamarquês Miki Mistrati denunciou essa situação de barbárie no premiado documentário O lado negro do chocolate, visitando desde os pontos de tráfico de crianças nas fronteiras da Costa do Marfim até as plantações nas quais as crianças são escravizadas. No documentário uma criança que fugiu disse : “Vocês desfrutam de algo que foi feito com o meu sofrimento. Trabalhei duro para eles, sem nenhum benefício. Quando comem o chocolate estão a comer a minha carne.”

Algumas pessoas chegaram a reclamar em diversos sites sobre essa situação, ao site reclame aqui a empresa respondeu :

“O trabalho infantil não tem lugar em nossa de fornecimento e valorizamos todos os esforços para aumentar a conscientização sobre esta questão. Buscamos sempre o diálogo transparente e aberto sobre o combate ao trabalho infantil na de abastecimento de cacau e, apesar das complexas realidades existentes, acreditamos que progressos vêm sendo alcançados.

Procuramos continuamente melhorar nossos sistemas de gestão de suprimentos e criar novos mecanismos, conforme for necessário, como base para futuras ações com o objetivo de eliminar as causas do trabalho infantil. As atualizações anuais sobre os progressos realizados para implementar nosso plano de ação são disponibilizadas em nossos sites sobre Criação de Valor Compartilhado (www.nestle.com/csv), e Cocoa Plan.(www.nestlecocoaplan.com). ”

Enquanto isto, o número de crianças que trabalham na indústria do cacau aumentou 51% entre 2009 e 2014, segundo um relatório de julho de 2015 da Universidade Tulane.

Fonte : (Com informações do site Greenme.com.br)

Veja Aqui: Um fato intrigante

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Monilíase: A iminente ameaça ao cacau baiano

A partir dos próximos dias seja intensificada uma campanha de prevenção, principalmente na Bahia
por Alex Ferraz

Foto: Reprodução




Pesquisadores do Ministério da Agricultura, da Ceplac e alguns estrangeiros seguem estudando intensamente a monilíase .A monilíase do cacaueiro é uma doença fúngica descoberta em países do noroeste da América Latina e também da América Central, sendo constatada pela primeira vez no Equador, em 1900. Ataca somente os frutos do cacaueiro e tem como o agente causal o fungo Moniliophthora roreri, apresentando grande importância econômica, pois além de já ter provocado perdas na produção mundial de aproximadamente 30 mil toneladas, gera anualmente quedas que variam de 30 a 70% na produção da Colômbia e Venezuela, podendo comprometer também de 30 a 90% de toda a produção da América Tropical (América Central e Latina).
Embora ainda não tenha sido constatada em território brasileiro, a Monilíase do cacaueiro é encontrada em 11 países da América Tropical, sendo que alguns são fronteiriços com o Brasil como, o Peru, Colômbia e Venezuela. A doença é considerada quarentenária ausente no Brasil, e de acordo com a Legislação sanitária vigente no país “sua introdução pode provocar profundos desequilíbrios em ambientes agrícolas, urbanos e naturais, com reflexos econômicos, sociais e ambientais causados pelo desemprego, perda de renda no meio rural, e desmatamentos, considerando o caráter conservacionista da cultura do cacau” (MAPA, Marco referencial do plano de contingência para moníliase do cacaueiro).
 Uma praga iminente que ameaça seriamente os produtores de cacau da Bahia, que não faz muito tempo conseguiram ficar amenizar os efeitos de outra praga que se instalou na cacauicultura baiana a partir de 1989, a Vassoura de Bruxa (Moniliophthora perniciosa). 
Nos próximos dias, de acordo com informações do programa Bahia Rural, a Ceplac estará lançando uma cartinha orientando os produtores como prevenir a doença. 

Segundo a Ceplac, a monilíase é causada pelo fungo Moniliophthora roreri, que infecta os frutos do cacaueiro em qualquer estado de desenvolvimento, principalmente aqueles com até 90 dias. “O patógeno não ataca a parte aérea da planta como acontece com a vassoura-de-bruxa, mas seus danos econômicos variam entre países e regiões onde existe, já que fatores climáticos favorecem sua dispersão nas regiões mais quentes e úmidas, quando completa o ciclo com rapidez. Um fruto infectado pode produzir sete bilhões de esporos. O vento é o principal vetor de disseminação.”

Os pesquisadores indicam que o fungo Moniliophthora roreri já está presente na Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, além de países da América Central, e surge como ameaça de introdução da doença no Brasil. O risco de disseminação é grande, pois, como são esporos, podem ser trazidos até mesmo presos em roupas, calçados ou mesmo na pele de pessoas que tenha tido contato com cacaueiros infectados.

Na verdade, o trabalho de prevenção à moníliase do cacaueiro foi iniciado na Ceplac desde 2007, com várias ações através de cursos e visitas técnicas. No entanto, prevê-se que já a partir dos próximos dias seja intensificada uma campanha de prevenção, principalmente na Bahia.

MAIOR AMEAÇA
Na Classificação do Ministério da Agricultura, a monilíase é a maior ameaça à cacauicultura nacional, e tem “alto risco” de infectar a produção brasileira do fruto. A doença é considerada mais devastadora do que a vassoura-de-bruxa e que avança a uma média de 100 quilômetros por ano.

“O risco de entrada da doença é alto, principalmente pela região Norte. Por isso, estamos desenvolvendo planos de contingência, monitorando as fronteiras e preparando os produtores para cuidar de possíveis infecções”, explicam técnicos do departamento de sanidade vegetal do Ministério da Agricultura.

A doença já está instalada fortemente no Peru (mais de 80% das plantações de cacau estão infectadas) e, em menor quantidade, na Colômbia e na Venezuela, todos eles vizinhos do Brasil. Outros países latino-americanos que não fazem fronteira e possuem forte incidência da monilíase são Equador, México, Costa Rica, Panamá, Nicarágua e Honduras.

Lesão no fruto
A monilíase tem traços semelhantes à vassoura-de-bruxa: ambas são causadas por fungos e apresentam, no estágio inicial, lesões escuras na superfície do fruto, que depois evoluem para manchas esbranquiçadas e deixam o cacau ressecado, duro e pesado. Para ser identificada com exatidão, é necessário fazer um corte na superfície do fruto e aguardar cerca de três dias, quando o fungo causador sairá através do corte e, então, será possível ser analisado em laboratório.

Adaptado para o blog "cacau do Brasil".