quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Na BA, 90% da produção de cacau vem da agricultura familiar, diz governo estadual


Durante o Fórum Estadão - A Importância do Cacau para o Agronegócio, representantes da Bahia e Pará falaram sobre as safras do produto

Na Bahia, 90% da produção cacaueira é proveniente da agricultura familiar, afirmou o secretário estadual de Desenvolvimento Rural, Jerônimo Rodrigues. Ele participa, nesta quinta-feira, 10, do Fórum Estadão - A Importância do Cacau para o Agronegócio, realizado em São Paulo, no auditório do Estadão.

O representante afirmou ainda que a cultura, no passado, enfrentou uma série de dificuldades, como a doença vassoura-de-bruxa - provocada por um fungo - e que, agora, para que haja um crescimento da produção, é necessário que os produtores invistam em tecnologia.

"É possível que tenhamos mais desafios com implementação de programas de assistência técnica, de financiamento", disse. Ele afirmou que o governo estadual anunciou recentemente a entrada de recursos para a melhoria da qualidade da produção local e que isso deve elevar a oferta no Estado.




A produção do Pará deve atingir 115 mil t da amêndoa em 2016

Pará. Com a safra encerrada em outubro, a produção de cacau no estado paraense deve atingir 115 mil toneladas, afirmou há pouco o secretário da Agricultura do Pará, Hildegardo Nunes. "A nossa produtividade já está acima de 900 quilos por hectare", afirmou. A indústria reluta em reconhecer os dados da produção, porque tem interesse na importação, inclusive no regime de draw back (importação para posterior exportação com maior valor agregado)", disse ele ao Broadcast Agro, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Segundo ele, se não fossem os problemas climáticos recentes da Bahia, o País estaria hoje autossuficiente. A perspectiva dele para a safra 2017 do Pará é entre 120 mil e 125 mil toneladas.

Para  Nunes, o cacau é uma cultura estratégica para o desenvolvimento da economia do Brasil. "Precisa tirar da literatura e colocar na prática. Ele perdeu importância significativa no cenário econômico do País e isso precisa ser retomado", disse. No Pará, a produção cacaueira faz parte do "Plano Pará 2030". A estratégia reúne 14 cadeias produtivas que têm a meta de elevar o Produto Interno Bruto (PIB) per capita do Estado à média da renda brasileira até 2030. Atualmente, a renda per capita no Pará está na metade da renda média do País, segundo Nunes.

Segundo o secretário, a oferta de cacau no Estado está crescendo entre 10% e 11% ao ano desde 2011, quando a safra do Estado foi de 60 mil toneladas. "Até 2023, podemos atingir 240 mil t de amêndoa seca", disse. Ele aposta no potencial do Brasil como um exportador de cacau, mas ressaltou que é necessário haver igualdade de produção entre os países, citando as condições trabalhistas dos países africanos, sem entrar, porém, em detalhes. Ele abordou ainda os trabalhos de integração lavoura-pecuária e floresta (ILPF). "Serviços ambientais prestados dentro da cultura do cacau podem elevar a rentabilidade da cultura", disse.



sábado, 5 de novembro de 2016

EMPRESAS CRIAM SELO PARA O CHOCOLATE DE ORIGEM PRODUZIDO NO SUL DA BAHIA




Produtores decidiram criar selo para atestar qualidade do chocolate.




Gerson Marques diz que selo não busca padronizar, mas atestar qualidade e origem.Dez empresas decidiram criar um selo de qualidade para o chocolate de origem produzido no sul da Bahia. Tree to bar (da árvore à barra) Sul Bahia identificará o chocolate produzido na região da Mata Atlântica sul-baiana.
“Assim, vamos proteger os chocolates de origem regional que se enquadrarem nos parâmetros e conformidades a serem definidos”, diz Gerson Marques, presidente da Associação dos Produtores de Chocolate de Origem do Sul da Bahia e produtor do chocolate Yrerê.
Um grupo de trabalho foi criado para definir os critérios e regulamentos do selo. Do grupo, participam técnicos, produtores e pesquisadores com alto grau de conhecimento em chocolates de origem. A primeira versão do regulamento para concessão do selo, informa, está prevista para fevereiro do próximo ano.
A homologação do selo deverá ocorrer até meados de 2017. “A ideia não é padronizar, mas sim definir os parâmetros que sirvam de marco referencial para os produtores de chocolates autênticos do sul da Bahia”.
AUTENTICIDADE DO CHOCOLATE DE ORIGEM
Gerson acrescenta que esta referência também servirá para o mercado consumidor, que poderá identificar a autenticidade de um bom chocolate de origem Sul Bahia pelo selo que estará estampado nas embalagens.
O selo será concedido ao avaliar desde critérios reguladores para produção do cacau, tratos culturais na lavoura, práticas na pós-colheita, métodos de fermentação e secagem e armazenagem. Também serão considerados protocolos, processos e técnicas de fabricação, e definições sobre quantidades e parâmetros para uso de ingredientes.
PRODUTO ÚNICO
José Brandt Filho, fabricante do chocolate República do Cacau e diretor financeiro da Associação dos Produtores, definiu como um grande avanço a ideia de proteger a qualidade e os valores do terroir do sul da Bahia presente em nossos chocolates. “Fazemos um chocolate único no mundo. Por isso, este produto tem que ser protegido”, diz.
Fabricante do Amado Cacau e diretora de relações institucionais da Associação, Cecília Gomes da Costa expôs seus produtos na Feira Gastronômica Internacional – Sirah 2016, no Rio de Janeiro.
Segundo Cecília, o chocolate sul-baiano está conquistando reconhecimento e mercados nacional e internacional. “Só é possível fazer este tipo de chocolate com nosso cacau e nossas práticas de produção. Não podemos correr risco de perder mercado por conta de aventureiros que usem atributos regionais e nosso nome e não entregam produtos de qualidade”.
A decisão de criar o selo Tree to bar ocorreu durante reunião da associação, na Pousada La Dolce Vita, em Ilhéus, com as presenças dos chocolateiros Francisco Correia do Chocolate da Coroa Azul, Pedro e Maria Ângela Magalhães do Chocolates VAR, Raimundo Mororó do Mendoá Chocolates, Fernando e Patrícia Botelho do Modaka Cacau, Rogério Kamei do Chocolate Mestiço, Greice Costa do Chocolate Amado Cacau, Edgar Morbeck do Chocolate Morbeck, Idelbrando Fernandes, Anuri\ Planeta Cacau e Cristiano Santana da Associação dos Produtores de Cacau do Sul da Bahia foram as demais empresas e instituições presentes no evento. A oficina foi orientada pelo consultor Luiz Eduardo G. Gonçalves da Avançar Consultoria, contratado pelo Instituto Arapyau e Funbio que em parceria com o Sebrae apoiaram o evento. As empresas fabricantes de chocolates CostaNegro, Chor, Maltez, Cantagalo, Benjamin e Jupará, também sócios da APCSB, não puderam participar.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Lucro da Barry Callebaut cai 8,7% no ano fiscal 2015/16


Zurique, 03 - A fabricante suíça de chocolate Barry Callebaut informou na quarta-feira, 2, que seu lucro líquido no ano fiscal 2015/16, encerrado em agosto, totalizou 219 milhões de francos suíços (US$ 222,4 milhões), uma queda de 8,7% ante o ano anterior. O volume de vendas aumentou 5,5% no período, mas o crescimento foi irregular nas divisões da companhia. Na divisão global de cacau, as vendas diminuíram 12% no ano fiscal. A companhia disse que enfrentou dificuldades por causa do ambiente desafiador para produtos de cacau e da baixa relação entre os preços de produtos como manteiga e pó de cacau e o custo das amêndoas. Essa relação foi pressionada por preços mais altos de cacau após uma safra reduzida na África Ocidental e pela fraca demanda e excesso de oferta de derivados da amêndoa, disse a Barry Callebaut. 
O volume de vendas aumentou nas divisões regionais, impulsionado por linhas de produtos gourmet e pelo crescimento na China e na Índia em particular. As vendas aumentaram 10,8% na região Ásia-Pacífico, 8,8% nas Américas e 6,6% na Europa, Oriente Médio e África. A fabricante de chocolate disse ainda que o presidente do conselho de administração, Andreas Jacobs, vai deixar neste ano o cargo que ocupa desde 2005. O vice-presidente, Patrick de Maeseneire, deve substituí-lo. 
Fonte: Dow Jones Newswires/ Estadao Conteudo