O cacaueiro , Theobroma cacao, da família das
esterculiáceas, é originário da zona equatorial quente e chuvosa da América
Central e Amazonas, onde se encontra no estado nativo na sombra das florestas.
Constitui andar térreo das selvas, tendo por cima árvores de porte médio e
outro andar – copas de árvores gigantescas. Encontra o cacaueiro, nessas
condições, seu ambiente favorável: luz peneirada, umidade do ar e substâncias
orgânicas em decomposição, folhagem e madeira podre, nas quais as raízes se
alimentam. É planta de antigo cultivo pelos aborígenes da América Central e do
México. (Bondar,Gregório –O cultvo do
Cacaueiro- 1956-Tipografia Nval –Ba).
Suas origens são carregadas
de mitologia. Para os astecas, tratava-se de uma árvore sagrada, presente
divino enviado à civilização que se desenvolveu no México. Já naquela época o
cacau se destinava à produção de uma espécie rústica de chocolate – alimento
que impressionou os colonizadores espanhóis pelo seu alto teor energético.
Guerreiros astecas atravessavam dias sustentando seus corpos apenas com as
amêndoas daquele fruto. Por esse motivo, ele foi batizado cientificamente com o
nome theobroma cacao, quer dizer, manjar dos deuses.
Como os astecas receberam os
europeus?
Quando as caravelas espanholas apareceram pela primeira vez na linha do horizonte, os astecas acreditaram que estavam assistindo ao cumprimento de uma antiga profecia religiosa: a volta à terra do deus Quetzalcóatl, a serpente sagrada, que teria originalmente trazido o cacau do mundo das divindades para o mundo dos homens. Os historiadores afirmam que, ao confundir o colonizador Fernando Cortez com Quetzalcóatl, os astecas o receberam de braços abertos. Quando viram que estavam enganados já era tarde demais. Durante o processo de conquista, os espanhóis destruíram a complexa civilização nativa. E levaram o chocolate para a Europa.
Quando as caravelas espanholas apareceram pela primeira vez na linha do horizonte, os astecas acreditaram que estavam assistindo ao cumprimento de uma antiga profecia religiosa: a volta à terra do deus Quetzalcóatl, a serpente sagrada, que teria originalmente trazido o cacau do mundo das divindades para o mundo dos homens. Os historiadores afirmam que, ao confundir o colonizador Fernando Cortez com Quetzalcóatl, os astecas o receberam de braços abertos. Quando viram que estavam enganados já era tarde demais. Durante o processo de conquista, os espanhóis destruíram a complexa civilização nativa. E levaram o chocolate para a Europa.
Só existe um tipo de cacau?
Pesquisas feitas no código genético dos cacaueiros indicam que todas as variedades têm a mesma origem: a árvore que existia na floresta tropical amazônica. Quando a espécie migrou para outras regiões mais ao norte, na América Central e sul do México, passou por variações, decorrentes das condições de solo, clima e cultivo. Astecas e maias conheciam uma variedade que produz frutos grandes, com superfície enrugada e sementes com interior de cor branca ou violeta-claro. É o cacau criollo (nativo). Na Amazônia encontra-se a variedade de superfície mais lisa, com sementes de interior escuro, indo do violeta mais tinto até quase o preto. Foi a primeira variedade a aparecer. Como não era conhecida por astecas e espanhóis, acabou sendo batizada de forasteiro. Há ainda outras variedades, como os trinitários, mas todas originadas do cruzamento das duas principais.
Pesquisas feitas no código genético dos cacaueiros indicam que todas as variedades têm a mesma origem: a árvore que existia na floresta tropical amazônica. Quando a espécie migrou para outras regiões mais ao norte, na América Central e sul do México, passou por variações, decorrentes das condições de solo, clima e cultivo. Astecas e maias conheciam uma variedade que produz frutos grandes, com superfície enrugada e sementes com interior de cor branca ou violeta-claro. É o cacau criollo (nativo). Na Amazônia encontra-se a variedade de superfície mais lisa, com sementes de interior escuro, indo do violeta mais tinto até quase o preto. Foi a primeira variedade a aparecer. Como não era conhecida por astecas e espanhóis, acabou sendo batizada de forasteiro. Há ainda outras variedades, como os trinitários, mas todas originadas do cruzamento das duas principais.
O avanço do Cacau No Mundo
Cacau
No Brasil
No Brasil, o berço do cacau
foi a região amazônica por conta das altas temperaturas e das chuvas
abundantes, ideais para o crescimento da planta.
Cacau
na Bahia
Mas, em meados do século
VXIII , a introdução das primeiras sementes no sul da Bahia, oriundas do Pará,
escreveu um novo capítulo na história dessa cultura.
São vários os motivos que
explicam seu florescimento
Em primeiro lugar, o clima
quente e úmido, bastante similar ao do seu habitat natural, facilitou o
processo de adaptação do cacaueiro, que também precisa da sombra oferecida por
árvores de maior estatura para sobreviver. “Além disso não havia uma economia
desenvolvida naquela região. Faltavam investimentos maciços desde a época das
capitanias hereditárias de Ilhéus e de Porto Seguro”, explica Angelina Garcez,
historiadora da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Os
desbravadores
Os engenhos de açúcar não
vingaram naquela parte do estado e, por essa razão, a selva nativa ficou
praticamente intocada, à espera dos desbravadores que, anos depois, derrubariam
a vegetação mais fina para plantar os pés de cacau, resguardados pela proteção
da Mata Atlântica.
Os
primórdios da Cacauicultura familiar
“No século XVIX , houve um
grande fluxo de pessoas para lá devido a uma seca muito forte nos sertões da Bahia
e de Sergipe. Os migrantes, pessoas humildes e semi-analfabetas, traziam
primeiro a família nuclear, depois os parentes mais distantes. O cacau não
conheceu a mão de obra escrava por ser uma cultura pobre, de agricultura
familiar em pequenas glebas”, completa Angelina.
A origem simples e a falta
de recursos dos primeiros homens que se aventuraram mato adentro, para formar
suas roças, explica uma outra característica interessante daquela região,
visível ainda hoje: o baixo número de latifúndios. Lá não ocorreu o processo de
doação de sesmarias, uma das raízes da elevada concentração de terras no
Brasil. “Além disso, com pequenas áreas já se tem uma grande produtividade e
uma boa rentabilidade.
A cultura do cacau não tem necessidade de
grandes glebas. Por outro lado, a concentração fundiária no sul da Bahia se dá
de outra forma: um proprietário pode ter várias fazendas de porte reduzido”,
afirma Fernando Vargens, chefe da unidade de Itabuna do Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (Incra).
O
Boom do cacau
A partir de 1860, o cacau se
converteu em objeto de desejo de fábricas de chocolate da Europa e dos Estados
Unidos. Praticamente toda a safra era exportada, pois não existia o costume de
se consumir o fruto e seus derivados no país. As primeiras manufaturas
nacionais só apareceram na virada do século. É justamente nesse momento que a
cacauicultura viveu seu ápice. O Brasil ocupou o posto de maior produtor
mundial até meados da década de 1920.
No mesmo período, a região sul da Bahia
assistiu a uma verdadeira guerra entre os fazendeiros. Época em que os
poderosos coronéis – descendentes daqueles primeiros humildes desbravadores –
não mediam esforços e nem violência para expandir seus negócios mediante a
apropriação de plantações pertencentes a agricultores menos abastados. “O
coronelismo no sul do estado é diferente daquele observado nos engenhos ou na
pecuária dos sertões, que tinham como força motriz o latifúndio. No caso do
cacau, o coronel mais forte era o que produzia mais. Não se comprava terra, mas
pés de cacau”, relata Angelina.
A saga do cacau na Bahia
Marcada no imaginário
popular por lendas que retratam o passado de extravagâncias dos ricos e
famigerados coronéis, imortalizados pela literatura de Jorge Amado, o sul da
Bahia luta para recuperar o prestígio de tempos atrás da cultura que moldou a
identidade da região: o cacau.
Texto e Fotos: Carlos
Juliano Barros
(Gazeta Mercantil, 12/04/95)
Onde e quando surgiu o
primeiro pé de cacau?
Os primeiros pés de cacau apareceram há milhões de anos na floresta amazônica, entre dois grandes rios situados ao norte da América do Sul: o Orenoco – que nasce nas Guianas e se estende por boa parte do território venezuelano – e o gigantesco Amazonas, cuja bacia abrange vários países, além do Brasil: Colômbia, Venezuela, Bolívia, Equador, Guiana e Peru. Depois, correntes migratórias nativas levaram a planta para a América Central, onde se desenvolveu a civilização maia e, mais adiante, até o México, onde habitaram os astecas.
Os primeiros pés de cacau apareceram há milhões de anos na floresta amazônica, entre dois grandes rios situados ao norte da América do Sul: o Orenoco – que nasce nas Guianas e se estende por boa parte do território venezuelano – e o gigantesco Amazonas, cuja bacia abrange vários países, além do Brasil: Colômbia, Venezuela, Bolívia, Equador, Guiana e Peru. Depois, correntes migratórias nativas levaram a planta para a América Central, onde se desenvolveu a civilização maia e, mais adiante, até o México, onde habitaram os astecas.