segunda-feira, 31 de agosto de 2015

O cacaueiro , Theobroma cacao, da família das esterculiáceas, é originário da zona equatorial quente e chuvosa da América Central e Amazonas, onde se encontra no estado nativo na sombra das florestas. Constitui andar térreo das selvas, tendo por cima árvores de porte médio e outro andar – copas de árvores gigantescas. Encontra o cacaueiro, nessas condições, seu ambiente favorável: luz peneirada, umidade do ar e substâncias orgânicas em decomposição, folhagem e madeira podre, nas quais as raízes se alimentam. É planta de antigo cultivo pelos aborígenes da América Central e do México. (Bondar,Gregório –O cultvo do Cacaueiro- 1956-Tipografia Nval –Ba).
Mitologia e crenças
Suas origens são carregadas de mitologia. Para os astecas, tratava-se de uma árvore sagrada, presente divino enviado à civilização que se desenvolveu no México. Já naquela época o cacau se destinava à produção de uma espécie rústica de chocolate – alimento que impressionou os colonizadores espanhóis pelo seu alto teor energético. Guerreiros astecas atravessavam dias sustentando seus corpos apenas com as amêndoas daquele fruto. Por esse motivo, ele foi batizado cientificamente com o nome theobroma cacao, quer dizer, manjar dos deuses.
Como os astecas receberam os europeus?

Quando as caravelas espanholas apareceram pela primeira vez na linha do horizonte, os astecas acreditaram que estavam assistindo ao cumprimento de uma antiga profecia religiosa: a volta à terra do deus Quetzalcóatl, a serpente sagrada, que teria originalmente trazido o cacau do mundo das divindades para o mundo dos homens. Os historiadores afirmam que, ao confundir o colonizador Fernando Cortez com Quetzalcóatl, os astecas o receberam de braços abertos. Quando viram que estavam enganados já era tarde demais. Durante o processo de conquista, os espanhóis destruíram a complexa civilização nativa. E levaram o chocolate para a Europa.
Só existe um tipo de cacau?

Pesquisas feitas no código genético dos cacaueiros indicam que todas as variedades têm a mesma origem: a árvore que existia na floresta tropical amazônica. Quando a espécie migrou para outras regiões mais ao norte, na América Central e sul do México, passou por variações, decorrentes das condições de solo, clima e cultivo. Astecas e maias conheciam uma variedade que produz frutos grandes, com superfície enrugada e sementes com interior de cor branca ou violeta-claro. É o cacau criollo (nativo). Na Amazônia encontra-se a variedade de superfície mais lisa, com sementes de interior escuro, indo do violeta mais tinto até quase o preto. Foi a primeira variedade a aparecer. Como não era conhecida por astecas e espanhóis, acabou sendo batizada de forasteiro. Há ainda outras variedades, como os trinitários, mas todas originadas do cruzamento das duas principais.






O avanço do Cacau No Mundo
Cacau No Brasil
No Brasil, o berço do cacau foi a região amazônica por conta das altas temperaturas e das chuvas abundantes, ideais para o crescimento da planta.
Cacau na Bahia
Mas, em meados do século VXIII , a introdução das primeiras sementes no sul da Bahia, oriundas do Pará, escreveu um novo capítulo na história dessa cultura.
São vários os motivos que explicam seu florescimento
Em primeiro lugar, o clima quente e úmido, bastante similar ao do seu habitat natural, facilitou o processo de adaptação do cacaueiro, que também precisa da sombra oferecida por árvores de maior estatura para sobreviver. “Além disso não havia uma economia desenvolvida naquela região. Faltavam investimentos maciços desde a época das capitanias hereditárias de Ilhéus e de Porto Seguro”, explica Angelina Garcez, historiadora da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Os desbravadores
Os engenhos de açúcar não vingaram naquela parte do estado e, por essa razão, a selva nativa ficou praticamente intocada, à espera dos desbravadores que, anos depois, derrubariam a vegetação mais fina para plantar os pés de cacau, resguardados pela proteção da Mata Atlântica.
Os primórdios da Cacauicultura familiar
“No século XVIX , houve um grande fluxo de pessoas para lá devido a uma seca muito forte nos sertões da Bahia e de Sergipe. Os migrantes, pessoas humildes e semi-analfabetas, traziam primeiro a família nuclear, depois os parentes mais distantes. O cacau não conheceu a mão de obra escrava por ser uma cultura pobre, de agricultura familiar em pequenas glebas”, completa Angelina.
A origem simples e a falta de recursos dos primeiros homens que se aventuraram mato adentro, para formar suas roças, explica uma outra característica interessante daquela região, visível ainda hoje: o baixo número de latifúndios. Lá não ocorreu o processo de doação de sesmarias, uma das raízes da elevada concentração de terras no Brasil. “Além disso, com pequenas áreas já se tem uma grande produtividade e uma boa rentabilidade.
 A cultura do cacau não tem necessidade de grandes glebas. Por outro lado, a concentração fundiária no sul da Bahia se dá de outra forma: um proprietário pode ter várias fazendas de porte reduzido”, afirma Fernando Vargens, chefe da unidade de Itabuna do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
O Boom do cacau
A partir de 1860, o cacau se converteu em objeto de desejo de fábricas de chocolate da Europa e dos Estados Unidos. Praticamente toda a safra era exportada, pois não existia o costume de se consumir o fruto e seus derivados no país. As primeiras manufaturas nacionais só apareceram na virada do século. É justamente nesse momento que a cacauicultura viveu seu ápice. O Brasil ocupou o posto de maior produtor mundial até meados da década de 1920.
 No mesmo período, a região sul da Bahia assistiu a uma verdadeira guerra entre os fazendeiros. Época em que os poderosos coronéis – descendentes daqueles primeiros humildes desbravadores – não mediam esforços e nem violência para expandir seus negócios mediante a apropriação de plantações pertencentes a agricultores menos abastados. “O coronelismo no sul do estado é diferente daquele observado nos engenhos ou na pecuária dos sertões, que tinham como força motriz o latifúndio. No caso do cacau, o coronel mais forte era o que produzia mais. Não se comprava terra, mas pés de cacau”, relata Angelina.



A saga do cacau na Bahia
Marcada no imaginário popular por lendas que retratam o passado de extravagâncias dos ricos e famigerados coronéis, imortalizados pela literatura de Jorge Amado, o sul da Bahia luta para recuperar o prestígio de tempos atrás da cultura que moldou a identidade da região: o cacau.
Texto e Fotos: Carlos Juliano Barros
 (Gazeta Mercantil, 12/04/95)


Onde e quando surgiu o primeiro pé de cacau?

Os primeiros pés de cacau apareceram há milhões de anos na floresta amazônica, entre dois grandes rios situados ao norte da América do Sul: o Orenoco – que nasce nas Guianas e se estende por boa parte do território venezuelano – e o gigantesco Amazonas, cuja bacia abrange vários países, além do Brasil: Colômbia, Venezuela, Bolívia, Equador, Guiana e Peru. Depois, correntes migratórias nativas levaram a planta para a América Central, onde se desenvolveu a civilização maia e, mais adiante, até o México, onde habitaram os astecas.


domingo, 16 de agosto de 2015

Plantações de cacau ameaçam a Amazônia, afirma estudos da ONG WRI


Mais uma vez  uma ONG  a serviço de interesses escusos tenta colocar a opinião pública  mundial em cheque.


A expansão das produções de cacau estão invadindo territórios de mata virgem da Floresta Amazônica
Produção de cacau tem crescido, em parte, à custa de desmatamento e aumento de emissões de gases, sugere estudo (Foto: Ernesto de Souza / Ed. Globo)

O aumento do prazer das pessoas em consumir chocolate pode ser cada vez mais medido pelas cifras do aumento do uso e consumo do cacau, no entanto, muitos destes amantes do produto podem não imaginar que em conjunto com o doce estão “abocanhando” um pedaço da Amazônia.

Para satisfazer a crescente demanda, a produção mundial de cacau foi crescendo mais de 2,1% por ano na última década, alcançando as 7,3 milhões de toneladas em 2014, segundo a Organização Internacional do Cacau.

Estes aumentos tem levado a indústria a buscar novas terras para produção, em muitos casos as custas do desmatamento e do aumento das emissões de gás carbônico (CO2).

Este alerta parte do estudo publicado pelo World Resources Institute (WRI) que demonstra com imagens de satélite as plantações de cacau invadindo a floresta amazônica.


A maior parte da produção mundial do fruto historicamente provinha dos países da África Ocidental, mas o envelhecimento natural das plantas, o aumento das pragas e doenças e as condições desfavoráveis causadas pelas mudanças climáticas impedem a região de continuar mantendo sua fatia de mercado, com a demanda cada vez maior.
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Com esta situação, os produtores viraram para a América do Sul como futuro grande celeiro de cacau do mundo, explica à Efe Ruth Noguerón, portavoz do Programa de Alimentos, Campos e Água do WRI.

Os dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) confirmam a situação: a produção de cacau no Peru aumentou cinco vezes entre 1990 e 2013, fazendo com que o país andino tenha entrado desde o ano passado na lista dos dez maiores produtores de cacau do mundo.

O aumento da produção não necessariamente precisaria implicar em danos ambientais, até pelas árvores de cacau reforçarem a absorção do CO2 atmosférico e do solo, conforme observaram os especialistas. Porém, ao invés de fazer o bom uso do solo, o que foi feito foi a ampliação da quantidade de terras disponíveis através do desmatamento.

Noguerón aponta o exemplo do caso da empresa United Cacao, que em 2012 desmatou 2 mil hectares de floresta amazônica no Peru para estabelecer plantações de cacau.

As imagens obtidas pelos satélites da NASA permitiram os especialistas obter dados sobre a parte desmatada e assim poder calcular o aumento das emissões de gases do efeito estufa associados à mudança do uso do solo. Mais de 602 mil toneladas de CO2 serão emitidas na atmosfera em incremento, o que equivale a dirigir com um carro ao redor do globo 60 mil vezes.

O pesquisador Matt Finer, da Associação para a Defesa da Amazônia, explica à Efe que a citada empresa se tornou marco legal no Peru por defender que suas práticas não eram um “desflorestamento”, mas um “desbosqueamento”, dando a entender que ela não removia mata virgem de florestas e apenas regiões de mata arbustiva.

Finer sustenta que a United Cacau “está mudando o modelo de produção sustentável de cacau no Peru da pequena escala que se utiliza de terrenos já desmatados para um modelo agro-industrial de grande escala que planta sobre terrenos ocupados por bosques”.

Em todo o caso, a descoberta do WRI desmente um cálculo de emissão de 169 gramas de CO2 na atmosfera por cada barra de chocolate (49 gramas) consumida, feito pela multinacional Cadbury. O antigo cálculo considerava apenas os gases emitidos na produção das matérias primas do produto (cacau, leite e açúcar), da embalagem e da distribuição, mas não as mudanças no uso de terras recém descobertas.

Segundo o instituto, a pegada de carbono do chocolate cresceu para 6,8 gramas de CO2 por grama de chocolate ao leite e 10,1 gramas de CO2 para uma grama de chocolate amargo.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Brasil reforça ações para manter plantações de cacau livres de doença



País recebe da Costa Rica três clones tolerantes à monilíase do cacaueiro para dar continuidade a pesquisas voltada à prevenção

Mais um reforço nas ações desenvolvidas pelo Brasil para se prevenir contra a entrada da monilíase do cacaueiro. Essa doença, ausente do território nacional, é provocada pelo Moniliophthora roreri, fungo que ataca o fruto do cacau causando prejuízos que variam de 50% a 100% da produção. Recentemente, a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, recebeu da Costa Rica material genético tolerante à monilíase, que será multiplicado em seus campos experimentais.

O material resistente à monilíase foi enviado pelo Centro Agronômico de Pesquisa e Ensino (Catie), da Costa Rica. Os três clones remitidos ao Brasil ficarão em quarentena por dois anos no Centro Nacional de Recursos Genéticos (Cenargen), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Brasília. Essa ação faz parte do programa de pesquisas da Ceplac, em cumprimento ao Plano de Contingência da Monilíase do Cacaueiro.

A chegada dos três novos materiais genéticos possibilitará que a Ceplac continue os trabalhos de melhoramento genético preventivo, visando a resistência à monilíase. Segundo o assessor técnico-científico da instituição Manfred Müller, as pesquisas em andamento estão na fase de teste de progênie. O ensaio foi iniciado em 2012, contando hoje com cerca de 160 progênies oriundas do cruzamento de material resistente à monilíase e o estabelecimento para teste de campo de 30 mil plantas em áreas da Ceplac e/ou propriedades particulares.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Lançamento do Festival Internacional do Chocolate e Flor Pará 2015

O 3º Festival Internacional do Chocolate e Cacau da Amazônia e Flor Pará 2015 

Data da Pauta: 11/08/2015 19:00:00
Expira em: 11/08/2015 23:00:00
Local: Espaço São José Liberto
Endereço: Praça Amazônas - Bairro Jurunas
Contatos: Simone Romero (Ascom Sedap): 98754 7430

Serão lançados na noite de hoje, terça-feira, 11, no Espaço São José Liberto, o 3º Festival Internacional do Chocolate e Cacau da Amazônia e Flor Pará 2015, que estarão integrados em um grande evento, no mês de setembro, organizado pela Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap). Na ocasião, haverá apresentação de uma das joias desenhadas pelos artesãos do Polo Joalheiro para a coleção a ser lançada durante o Festival Internacional e também da marca-conceito de chocolates do chef paraense Fábio Sicilia.

“Nossa meta é mostrar para investidores, dentro e fora do Brasil, que temos uma produção consolidada tanto de flores quanto de cacau e também abrir novos mercados para os nossos produtos. Estamos trabalhando em duas vertentes: uma é a atração de novos investimentos, de forma a promover a agregação de valor ao produto dentro do próprio Estado, gerando emprego e renda para a população local, e a outra é estimular a exportações para mercados premium”, explica o titular da Sedap, Hildegardo Nunes.

Ainda durante o lançamento, será apresentada uma prévia do documentário sobre a produção de cacau no Pará, que está sendo realizado pela TV Cultura com recursos do Fundo de Apoio à Cacauicultura do Estado do Pará (Funcacau), e será dado início ao II Circuito Gastronômico do Chocolate e Cacau da Amazônia.

Durante os meses de agosto e setembro, alguns dos principais restaurantes de Belém vão incluir eu seus cardápios, pratos e sobremesas à base de cacau e chocolate criados especialmente para o evento.

O 3º Festival Internacional do Chocolate e Cacau da Amazônia e Flor Pará 2015 serão realizados simultaneamente pela Sedap, entre os dias 17 e 20 de setembro, para promover dois dos produtos agrícolas paraenses com maior potencial de atratividade para o mercado internacional: as flores tropicais e o cacau. Mais detalhes da programação no sitewww.festivaldochocolate.com.

sábado, 1 de agosto de 2015

Cacau e banana irrigados podem ser o novo boom do Oeste da Bahia

 
 (Barreiras e Riachão das Neves – BA) - Conhecido internacionalmente como o celeiro de grãos da Bahia, onde são produzidos café e soja de qualidade, milho com a maior produtividade do mundo, e algodão com fios tão bons ou melhores que os egípcios, o Oeste baiano destaca-se agora com outras culturas irrigadas, que despontam como o novo boom da região. Trata-se da banana e do cacau irrigados, cujas áreas começam a ser ampliadas e já estão presentes em Luis Eduardo Magalhães, Barreiras, Riachão das Neves e Bom Jesus da Lapa, dentre outros municípios. O mamão também é uma cultura em alta na região.
No Projeto de Irrigação Barreira Norte, localizado em Barreiras, às margens da estrada que liga ao município de Angical, onde inicialmente plantou caju e viu essa cultura fracassar, o agricultor Antonio Veloso, de 65 anos, que já teve propriedades em Camacam e Pau Brasil, no Sul da Bahia, valeu-se de sua experiência de cacauicultor e iniciou a plantação de cacau irrigado, numa área de 4 hectares, no seu lote de 7,5 hectares. Trabalhando de sol a sol, ele colhe hoje os frutos de sua visão. “O cacau irrigado já é realidade aqui. Mais quatro proprietários de lotes já estão plantando mais de 20 hectares, e também minha filha está preparando 7,5 hectares para o plantio. Não tenho dúvidas de que o cacau será o novo boom do Oeste. Mas precisamos de assistência técnica e de linhas de financiamentos que nos permitam novos investimentos”.
Destacando que a fruticultura irrigada é uma das prioridades da Secretaria de Agricultura da Bahia (Seagri), o secretário Paulo Câmera e o superintendente de Desenvolvimento da Agropecuária (SDA/Seagri), Adriano Bouzas, já estão elaborando uma missão à região, para discutir a questão com os pequenos, médios e grandes produtores.
A plantação de cacau de Seo Antonio Veloso, cuja produção é da ordem de 90 arrobas por hectare, é consorciada com banana irrigada, cuja renda zera o custo de produção do cacau. “Estamos erradicando o que resta de caju, e vamos ampliar a área de cacau”, diz Veloso.
SEM VASSOURA-DE-BRUXA
Uma das importantes características do cacau irrigado do Oeste é que está livre da vassoura-de-bruxa, por causa do clima. “Este fator é muito importante”, destaca o diretor geral do Instituto Biofábrica de Cacau (IBC), Henrique Almeida, comentando ainda que “o casamento cacau/banana é perfeito, especialmente nesse momento em que os preços desses produtos estão em alta no mercado”.
Especialista em cacau, Henrique Almeida afirma não ter dúvida do sucesso do cacau no Oeste, e coloca o Instituto Biofábrica de Cacau à disposição para fornecer mudas de qualidade. O IBC é a única instituição na Bahia licenciada pelo Ministério da Agricultura (Mapa), para produzir e fornecer mudas de cacau. Para Júlio Buzato, presidente da Associação de Irrigantes e Agricultores da Bahia (Aiba), a cultura de cacau na região é promissora, embora ele a considere em fase de teste.
Além de incentivar o cultivo de cacau na região, Antonio Veloso implanta em sua propriedade o sistema agroflorestal, e faz crescer na região um pedaço da Mata Atlântica. Com mudas originárias do Sul e Baixo Sul do Estado, ele já plantou em sua propriedade inúmeros exemplares de Aroeira, Cajá Mirim, Jacarandá, Sapucaia, Ipê, Pau Darco e Pau Brasil.
Veloso está plantando também mudas de Teca (Tectona grandis), árvore nativa na Ásia e utilizada há séculos na Índia, Indonésia, Tailândia e outros países asiáticos, muito usada na indústria moveleira e também na industrial naval. O metro quadrado dessa madeira pode chegar a US$ 8 mil. No Brasil é cultivada no Mato Grosso e o plantio comercial avança para os estados da região Norte. 
Banana Irrigada
Cultura já sedimentada em Bom Jesus da Lapa, no Perímetro Irrigado de Formoso, onde gera cerca de cinco mil empregos diretos e indiretos, a banana irrigada expande-se nos perímetros de Nupeba e Riacho Grande, no município de Riachão das Neves, e avança no Barra Norte, onde a empresa Portal do Oeste amplia sua produção, no Barreira Norte.
Responsável por esse projeto, o produtor Alexandre Moreira Maciel, explica que tem hoje 60 hectares de banana e está abrindo mais 12 hectares, plantando ainda 12 hectares de mamão formosa. A produção de banana, prata e nanica, chega a 40 toneladas/ano/hectare, toda ela comercializada em Barreiras, Correntina e Bom Jesus da Lapa, e ainda distribuída para o estado do Piauí. Alexandre cultiva ainda 6 hectares de cacau irrigado.
 
Ascom Seagri 

CNA defende revisão do regime de importação da amêndoa do cacau pelo regime de Drawback

Foto: Ed Ferreira

Brasília (31/07/2015) - O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, pediu a revisão do Regime de Drawback para o cacau brasileiro, instrumento pelo qual o país importa insumos isentos de tributação para industrialização de determinado produto para exportação. A solicitação foi entregue na última quarta-feira (29/7), na reunião do Conselho Consultivo do Setor Privado (Conex), formado por entidades empresariais que assessoram a Câmara de Comércio Exterior (Camex) do governo federal.

A reivindicação é justificada pelo retorno da autossuficiência do Brasil na produção de cacau, que totalizou 279 mil toneladas em agosto. Deste total, 229 mil toneladas foram destinadas à moagem, gerando excedente de 50 mil toneladas. O Brasil já havia importado 35 mil toneladas da amêndoa em 2014 pelo sistema do drawback. O pedido faz parte de uma lista de prioridades encaminhadas pela CNA ao governo federal na pauta de comércio exterior. A Camex é presidida pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio exterior, Armando Monteiro.

“O Brasil, que já foi grande exportador de cacau no passado, passou a ser importador devido a problemas como a vassoura-de-bruxa, que surgiu no final da década de 90. Quando isso aconteceu, todo modelo comercial do cacau foi revisto e o drawback entrou em cena. Agora, com a clara retomada da produção brasileira, sendo o país, novamente, um potencial exportador, é fundamental revisar a política de drawback para o cacau, garantir uma concorrência leal e evitar a desestruturação do mercado interno”, explicou o presidente da CNA e da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (FAEB), João Martins.

Com o excedente, os produtores de cacau brasileiros enfrentaram problemas com a comercialização, gerando deságio que já atinge US$ 500 por tonelada. A CNA também propôs que o critério de reexportação por valor seja substituído pela equivalência de cacau no produto final e que o prazo dessa reexportação seja reduzido dos atuais 24 meses para seis meses. “Esse é o tempo máximo que a amêndoa pode ficar estocada, mantendo a garantia do produto. Depois disso, perde qualidade. Esse prazo de dois anos beneficia apenas a indústria”, pontua Martins.

O pedido foi feito levando em conta os principais estados produtores da fruta. A Bahia é responsável por aproximadamente 64% da produção nacional do cacau, sendo o principal estado produtor, o que levou a FAEB a solicitar à CNA que a questão fosse levada à reunião do Conex. Mas outras unidades da Federação também têm se destacado nos últimos anos na produção, como Pará e Rondônia. Recentemente, a entidade solicitou ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) a revisão das análises de risco de praga da amêndoa do cacau importada pelo Brasil de outros países, principalmente Costa do Marfim, Gana e camarões, que lideram a oferta global do produto.


Assessoria de Comunicação CNA

"Drawback", um novo inimigo para o cacau Com Luiz Fernando Lima





Já sofrido com as consequências biológicas, econômicas e políticas da vassoura de bruxa, os cacauicultores baianos, que a duras penas vêm conseguindo se reerguer, têm um novo inimigo, a importação.

Quando houve a quebradeira geral, a produtividade despencou e a indústria apelou para o drawback, modelo de importação previsto na lei pelo qual quem importa produtos para processar aqui e depois exportar, ganha isenção de tributos.

Ocorre que agora a cacauicultura voltou a obter níveis de produtividade que não justifica mais as quantidades importadas. Resultado: a indústria vem usando o drawback para minar o preço interno, deságio em torno de U$ 700 na cotação da bolsa, puxando o preço interno para baixo, o que dá ao produtor uma perda em torno de R$ 30 por arroba.

A insatisfação é generalizada. Esta semana, os produtores fizeram uma reunião em Gandu e programam outras em Itajuípe e Camacã. Eles se acham politicamente desamparados e vão à luta por si.

Em setembro chega ao porto de Ilhéus nova importação de Gana. A ideia é travar o porto. Vai dar rolo.

Fonte: Jornal a tarde