domingo, 7 de agosto de 2016

Safra de cacau tem quebra de 40%, com a menor produção da última década




A baixa oferta de cacau no mercado doméstico brasileiro impulsiona os prêmios e incentiva as importações

A baixa oferta de cacau no mercado doméstico brasileiro impulsiona os prêmios e incentiva as importações para suprir a demanda das esmagadoras locais. Isso porque, em 2015/2016, a produção brasileira deve registrar uma quebra de mais de 40% em comparação com a safra anterior, resultando na menor produção em 10 anos, de acordo com estimativa da consultoria INTL FCStone.


“A quebra de safra no sul da Bahia coloca o Brasil novamente em um cenário de déficit no balanço de oferta e demanda de cacau, após ter experimentado um leve superávit em 2014/2015, o que não ocorria desde 1996/1997”, explica o analista de mercado da INTL FCStone, Fábio Rezende.

Com a demanda para moagem de cacau devendo se manter estável, o déficit do balanço de oferta e demanda também deve ser o maior nos últimos 10 anos, e o segundo maior da história, chegando próximo de 100 mil toneladas. O prêmio do cacau em Ilhéus (BA), isto é, o diferencial entre o preço praticado na cidade brasileira com o da bolsa de Nova York (ICE), já reflete a súbita mudança no balanço de oferta e demanda. “Na média de julho, Ilhéus pagou um prêmio de USD 268 por tonelada, contra um deságio de USD 623 por tonelada no mesmo mês do ano anterior”, diz Rezende.

Importações

As importações, que são mais comuns no primeiro trimestre do ano, quando a colheita no Brasil é menor, continuam a ocorrer para suprir a demanda das esmagadoras, que mantém a operação no mesmo ritmo que no ano passado, apesar da redução da demanda doméstica. Segundo a INTL, no segundo trimestre, cerca de 68% do subproduto de cacau foi consumido domesticamente, contra 73% no mesmo período de 2015.

O destaque é que, em 2015, os prêmios reagiram de maneira bastante negativa ao saldo positivo no balanço, alcançando um deságio máximo de USD 743 por tonelada em setembro. O substancial descolamento com os preços de Nova York ocorreu pelo fato de o Brasil não contar com uma estrutura para exportação de grandes volumes de cacau, dado que isso não ocorria desde 1997. Naquele ano, registrou-se somente a exportação de uma grande carga de cacau, em novembro. No final de junho, a consultoria INTL FCStone havia estimado os estoques brasileiros de cacau em amêndoas em 49,7 mil toneladas, contra 82 mil no ano anterior.


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