sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Multinacionais exploram crianças na cadeia produtiva do chocolate

por Andreia Landa Pandim





Por incrível que pareça o chocolate é amargo para muitas crianças, hoje em dia muitas crianças ainda são tratadas como escravas e forçadas a trabalhar em condições precárias, na produção do cacau, a principal matéria prima do chocolate. São milhares de crianças exploradas por empresas internacionais que produzem o desejado chocolate sem que seus consumidores se deem conta. Um processo já tramita na Justiça e nele 7 empresas, entre elas empresa como Nestlé, Hershey e Mars, figuram como acusadas.

As ações judiciais contra as empresas foram impetradas pela Hagens Berman Sobol Shapiro, sustentando que as gigantes do chocolate tendem a fechar os olhos para as violações dos direitos humanos por parte dos fornecedores de cacau na África Ocidental.

Hoje, 60% do cacau do mundo vem da África Ocidental. E a maior parte da colheita dos grãos vem da Costa do Marfim, e de acordo com um estudo realizado pela Universidade de Tulane, mencionado na denúncia, para as grandes empresas do chocolate, no pais mais de 4.000 crianças estão em condições de trabalho forçado para a produção de cacau. Algumas crianças são vendidas para traficantes pelos seus pais desesperados por causa da pobreza, enquanto outras são sequestradas.



As crianças são forçadas a viver em lugares isolados, são ameaçadas com espancamentos, ficam presas inclusive durante a noite para que não fujam e são forçadas a trabalhar por longas horas, mesmo quando estão doentes, de acordo com as denúncias apresentadas às empresas.

Em 2001, a FDA queria aprovar uma legislação para a aplicação do selo “slave free” (sem trabalho escravo) nos rótulos das embalagens. Antes da legislação ser votada, a indústria do chocolate – incluindo a Nestlé, a Hershey e a Mars – usou o seu dinheiro para a parar, prometendo acabar com o trabalho escravo infantil das suas empresas até 2005. Este prazo tem sido repetidamente adiado, sendo de momento a meta até 2020.

A US Uncut também publicou uma lista das empresas de chocolate que decidiram evitar a exploração do trabalho infantil.
As 7 marcas de chocolate que utilizam cacau proveniente de trabalho escravo infantil são:

Hershey
Mars
Nestlé
ADM Cocoa
Godiva
Fowler’s Chocolate
Kraft


Documentário evidencia a exploração

O jornalista dinamarquês Miki Mistrati denunciou essa situação de barbárie no premiado documentário O lado negro do chocolate, visitando desde os pontos de tráfico de crianças nas fronteiras da Costa do Marfim até as plantações nas quais as crianças são escravizadas. No documentário uma criança que fugiu disse : “Vocês desfrutam de algo que foi feito com o meu sofrimento. Trabalhei duro para eles, sem nenhum benefício. Quando comem o chocolate estão a comer a minha carne.”

Algumas pessoas chegaram a reclamar em diversos sites sobre essa situação, ao site reclame aqui a empresa respondeu :

“O trabalho infantil não tem lugar em nossa de fornecimento e valorizamos todos os esforços para aumentar a conscientização sobre esta questão. Buscamos sempre o diálogo transparente e aberto sobre o combate ao trabalho infantil na de abastecimento de cacau e, apesar das complexas realidades existentes, acreditamos que progressos vêm sendo alcançados.

Procuramos continuamente melhorar nossos sistemas de gestão de suprimentos e criar novos mecanismos, conforme for necessário, como base para futuras ações com o objetivo de eliminar as causas do trabalho infantil. As atualizações anuais sobre os progressos realizados para implementar nosso plano de ação são disponibilizadas em nossos sites sobre Criação de Valor Compartilhado (www.nestle.com/csv), e Cocoa Plan.(www.nestlecocoaplan.com). ”

Enquanto isto, o número de crianças que trabalham na indústria do cacau aumentou 51% entre 2009 e 2014, segundo um relatório de julho de 2015 da Universidade Tulane.

Fonte : (Com informações do site Greenme.com.br)

Veja Aqui: Um fato intrigante

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não permitiremos comentários ofensivos